"... que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros etc. Que a impotância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós."

Manoel de Barros















segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Tecnologia aumenta produção e melhora qualidade de vida do pequeno produtor

Tecnologia aumenta produção e melhora qualidade de vida do pequeno produtor



Umuarama - Produtor de leite na região de Xambrê, a 23 quilômetros de Umuarama, Elber Antônio Vieira, de 53 anos, encontrou na tecnologia de manejo uma saída para sua pastagem degradada. O pequeno agricultor faz parte dos estudos de produção intensa de pastagem da Incubadora de Empreendimentos Econômicos e Solidários (IEES) da Universidade Estadual de Umuarama (UEM) - Campus de Umuarama - com apoio dos alunos do curso de Agronomia.
Segundo dados dos setores agrícolas municipais, Umuarama e região contam com 70% das pastagens degradadas devido ao longo tempo de uso do solo sem reposição de nutrientes. Vieira, proprietário de um sítio de cinco alqueires, era um desses pequenos que vivem à beira da falência, sem pastagem e recursos para alimentar seus animais. “Em 2010 meu pasto era todo degradado e estávamos em uma situação complicada”, disse o produtor.
Ainda em 2010, por meio de sua filha, Camila Vieira, naquela época estudante de Agronomia da UEM/Umuarama, Antônio Vieira teve contato com estudos feitos pela IEES. “A minha salvação veio da UEM. Minha filha fazia curso de Agronomia e junto com os universitários da UEM e a Incubadora, abri as portas para trabalharem em um alqueire na minha propriedade”, contou.
Segundo o coordenador do projeto de manejo de pastagem, o zootecnista Max Emerson Rickli, a ideia inicial dos estudos começou entre 2007 e 2008 devido à falta de pasto durante inverno para o gado de corte e gado de leite na região. O estudo consiste em adubação, irrigação, iluminação, semeadura da aveia e a escolha da espécie de pastagem. “Tínhamos o objetivo de melhorar a qualidade de vida do pequeno produtor, por meio de qualidade de produção e renda”, explicou.
Hoje, após três anos seguindo as orientações da IEES, o pequeno produtor de leite comemora o aumento da produção e está trabalhando para ampliar o sistema de adubação e irrigação de pastagem. “Antes do projeto produzia 70 litros de leite no verão e apenas 20 no inverno. Hoje estou ordenhando 140 litros no verão e 70 litros no inverno. Esse projeto é a salvação da lavoura. Pena que ainda não consegui ampliar, mas estou trabalhando para isso”, informou Vieria.

Pilares do projeto
Rickli explica que o foco do projeto é diminuir o déficit de pastagem no inverno e nos períodos de estiagem. “A base para um bom pasto é adubação, irrigação, iluminação. No estudo também pesquisamos a espécie ideal de pastagem para o local e usamos a semeadora da aveia no meio da grama”, noticiou.
Na propriedade de Xambrê os alunos e o coordenador, em 2010, começaram as melhorias da pastagem pela correção do solo degradado utilizando a adubação para repor as propriedades perdidas, em seguida foi instalado o sistema de irrigação e semeadura da forragem. “Hoje fazemos apenas uma adubação de manutenção para repor o que foi tirado pela forragem”, esclareceu o zootecnista.
Além dos alunos de Agronomia e do coordenador, também estão envolvidos o professor Eder Pereira Gomes da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), professor Ulysses Cecato da UEM de Maringá e Elir de Oliveira do IAPAR.

Conscientização
A falta de contato com a tecnologia e a simplicidades de alguns produtores é um dos empecilhos para o desenvolvimento de suas propriedades. Os envolvidos no programa contam que existe uma resistência com as novas tecnologias no campo, mas esses estudos devem ser introduzidos aos poucos para o produtor aprender exatamente o manejo.
“Pegamos uma propriedade totalmente degrada para fazer a recuperação da pastagem e aos poucos transformá-la em produtiva conforme as possibilidades do produtor. Pois o manejo correto da irrigação e da adubação, não é simplesmente jogar adubo. O agricultor vai aprendendo aos pouco. Hoje o seu Elber tem uma consciência diferente de antes”, contou Rickli.

Desabafo do especialista
Ainda segundo o Rickli os produtores gastam de quatro a cinco horas do dia apenas cortando cana para alimentar o gado no período do inverno, devido a pastagem degrada. Com a adubação, esse período de trabalho reduziria para meia hora por dia. “Com mais tempos livre o produtor poderia cuidar das finanças da propriedade, uma situação impossível hoje. Eles também poderiam ler e estudar a respeito da sua produção, Porém hoje o produtor de gado e leite se transforma em um cortador de cana e sem rentabilidade.

 fonte: http://www.ilustrado.com.br/jornal/ExibeNoticia.aspx?NotID=45064&Not=Tecnologia

Nenhum comentário:

Postar um comentário